Os objectivosa nível da genética do Lince Ibérico para o programa ex situ foram estabelecidos com base em recomendações dadas pelo grupo de especialistas em reprodução e conservação do IUCN/SSC, em colaboração com conservacionistas in situ. A modelação da população,que foi feita usando o Programa PM2000 (2004), revelou que seria impossível manter 90% da diversidade genética existente durante 100 anos, porque a população selvagem não conseguiria resistir à extracção de 12 exemplares necessários anualmente, durante 5 anos. Na primeira análise, na Primavera de 2004, seis linces capturados da natureza já se encontravam no centro de reprodução em El Acebuche, cujas instalações foram construídas em 1991, no Parque Nacional Doñana, no sudoeste de Espanha. Simultaneamente, a modelação sugeriu a viabilidade de manter 85% da diversidade genética nos próximos 30 anos. O resultado seria a gestão ex situde 60 indivíduos (30 machos e 30 fêmeas), como população fundadora.

Este objectivo poderia ser atingido adicionando quatro exemplares (principalmente crias ou juvenis) por ano, durante 5 anos e um exemplar extra a cada 2 anos (dos linces resgatados para os centros de recuperação), durante toda a duração o programa. Este nível de taxa de extracção teriaum impacto mínimo na viabilidade das populações selvagens, de acordo com o modelo proposto por Palomares et al. (2002). Ao seguir este esquema, o Programa atingiu o seu objectivo de 60 indivíduos em 2009, permitindo a reintrodução de animais criados em cativeiro em 2010.

Inicialmente, a modelação previu a disponibilidade de 12 a 13 linces nascidos em cativeiro anualmente, desde 2011 até 2019. A revisão destas projecções, usando dados dos últimos 5 anos relativos à reprodução em cativeiro, indicou que o número anual de animais disponíveis para a reintrodução irá oscilar entre 20 a 40 linces.